sábado, 15 de janeiro de 2011

Um passo sem pensar...

"17 anos e fugiu de casa, às sete horas da manhã no dia errado. Levou na bolsa umas mentiras pra contar. Deixou pra trás os pais e o namorado. Um passo sem pensar". Musica interessante essa do Capital Inicial. Principalmente quando nos identificamos com ela. Eu saí de casa com 17 anos de idade, seguindo um sonho que nem sequer era meu. Foi definitivamente um passo sem pensar! Mas o sonho era lindo e maravilhoso, mas não era perfeito. Na verdade, nada é. Era normal, era intenso, e eu era feliz. Porém com todas as travessias do destino, tudo muda, e minha vida mudou. Algo foi tirado de mim bruscamente... algo que eu não consigo alcançar: minha felicidade! Se eu sou uma pessoa feliz? Posso dizer que não. Se eu sou uma pessoa triste? Não sei ao certo dizer, porque eu não tenho um motivo que me faça triste. Mas também não tenho um que me faça feliz. A melhor definição para mim mesma? Vazia! Definitivamente vazia!
Quando eu paro pra pensar em toda minha trajetória para chegar até aqui, até onde estou no momento, eu chego a uma conclusão, se é que se pode chamar assim: aonde e quando foi que eu me perdi? Sim, eu confesso que eu nunca soube na verdade quem eu era, e que eu só me encontrei, e tive certeza de quem é a Marília nos meus 15 anos de idade. Só que eu era imatura. Mas nessa época eu era feliz. Eu tinha pouco... menos do que tenho agora, mas parece que tudo era mais claro, mais fácil e menos confuso. E então com 16 anos eu me encontrei mais que nunca. Eu fui mais feliz do que nunca. Eu tinha tudo o que eu precisava e tudo o que eu queria.. Mas olha só a ironia.. agora eu tbm tenho tudo o que eu preciso e tudo o que eu quero ( se é que eu realmente sei do que eu preciso e o que eu quero), e mesmo assim não sou feliz. Alguma coisa dentro de mim se perdeu, e eu acho que foi o coração. Falando assim parece até triste . Mas às vezes eu sinto que é isso que falta dentro de mim. Meus pais dizem que eu não sou a mesma Marília que saiu de casa. Meus amigos dizem que eu tenho que buscar algo que me agrade e me abrir para conhecer novas amizades. Mas eu digo que prefiro ser sozinha. Sou eu e meu computador. Eu e meus seriados, meus filmes e qualquer outra coisa que faça passar meu tempo. Lidar com pessoas é muito difícil. Confiar nas pessoas é mais difícil ainda, por isso eu prefiro não confiar e não manter contato nenhum com ninguém, pq depois eu posso e eu com certeza vou me machucar! E o mais triste é que isso devia ser uma coisa difícil de se conseguir, afinal dizem que ninguém consegue viver sozinho. Eu, porém, não acho tão difícil. Há alguns meses eu fui mais uma vez negada, dessa vez por quem eu nunca imaginei que seria. E desde então eu fui atrás de novos métodos para manter minha cabeça ocupada. Encontrei um emprego em uma loja de shopping. Eu trabalhava 12 horas por dia, tinha que lidar com muitas pessoas. Mas o melhor de tudo é que essas pessoas são passageiras. Elas aparecem num dia, em uma hora levam de você o que precisavam, e só vão voltar um bom tempo depois. Então não tem contato sentimental, agente não se apega. Era fácil! Ficava essas 12 horas rodeada por muitas pessoas que não me conheciam e não sabiam um pingo da minha história. Chegava em casa e estava completamente sozinha.. nunca tinha ninguém. Era eu comigo mesma. Então entrava no meu quarto, ficava assistindo filmes e seriados no computador, quando cansava dormia, para no outro dia acordar e ir trabalhar de novo. Mas assim eu fui me esvaziando cada vez mais, e cada vez mais tendo a necessidade de ficar sozinha. O que era para ser apenas um hábito, virou uma necessidade. Eu já tenho medo de me envolver com as pessoas, e agora, eu também tenho a necessidade de estar sozinha e não me envolver.
E assim vou ficando cada vez mais vazia. Sinceramente, eu preferia ser uma pessoa triste a ser uma pessoa vazia. Pelo menos tristeza é um sentimento, e tem algum motivo para você estar assim. Eu não tenho sentimentos, não tenho um propósito na vida, algo que eu quero muito e que eu precise lutar para conseguir, e isso me faz desanimar de lutar, pq o que eu conseguir, nem era o que eu queria mesmo! Isso me desanima de tentar.
As vezes eu penso “como eu queria que a minha vida voltasse a ser como ela era antes”, mas que nem uma amiga me disse: Deus (se é que ele existe) tira de você as coisas que ele sabe que você vai conseguir viver sem, e em troca ele te dá varias outras coisas. Eu ganhei muitas coisas sim! A vida que eu tenho agora eu não tinha antes. Ganhei muito.. muito mesmo! Não troco minha liberdade por nada. Mas em contrapartida, a felicidade que eu tinha era tão satisfatória. Eu nunca tinha sido tão feliz antes. Mas eu sei que viver exatamente do jeito que eu vivia antes, não dá. E eu nem quero. Mas quem sabe parecido né, se é que você me entende... Seria muito bom, eu acho. Mas antes de tudo isso, eu preciso encontrar minha felicidade, conseguir ser feliz sozinha, perder o imenso medo que eu tenho de me apegar aos outros e adquirir confiança nas pessoas e nos sentimentos delas de novo! Eu preciso me acostumar ao novo. Rotinas são confortáveis.. eu particularmente adoro, porque não é perigoso. Mas se não é perigoso, não tem aventura, não tem emoção. E o que é sempre igual, uma hora muda... Uma hora tem que mudar! É hora de aceitar o que mudou, e aceitar que eu mudei, e mudei muito! Agora eu preciso redescobrir quem eu sou! Um pouco difícil, né? Mas cedo ou tarde eu consigo, né?
Sim.. eu consigo! Quando eu quero, eu sempre consigo!

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